História
Ele os conheceu lendo um semanário da época que tratava da história de um homem em combate, o Capitão Gustavo Argentino García Cuerva, o primeiro a cair da Força Aérea Argentina ao tentar pousar em Puerto Argentino. A conexão foi tão imediata quanto inexplicável, tratando-se de um menino de 12 anos que mal entendia o alcance da palavra guerra. A partir desse momento tão especial, partiu para honrar o sacrifício daquele Capitão, juntando as suas economias para entregá-las à família o mais rapidamente possível.
Ele os conheceu lendo um semanário da época que tratava da história de um homem em combate, o Capitão Gustavo Argentino García Cuerva, o primeiro a cair da Força Aérea Argentina ao tentar pousar em Puerto Argentino. A conexão foi tão imediata quanto inexplicável, tratando-se de um menino de 12 anos que mal entendia o alcance da palavra guerra. A partir desse momento tão especial, partiu para honrar o sacrifício daquele Capitão, juntando as suas economias para entregá-las à família o mais rapidamente possível.
Continuou então, no decorrer do conflito, acrescentando cada par de moedas que ali encontrava e para as quais reservava um destino muito mais digno e supremo do que o ocasional doce.
Logo, após o fim da guerra, decidiu escrever para Pablo Marcos Carballo, um aviador argentino que teve muitas missões de combate nas Malvinas, e que conheceu lendo o livro "Dios y los Halcones". Para sua surpresa, não só recebeu a resposta à sua carta, como até foi surpreendido certa manhã com um vôo baixo de seu glorioso esquadrão de aviões veteranos de guerra. Toda a cidade saiu às ruas motivada pelo rugido de quatro aviões de combate. combate. A partir desse dia, três ou quatro vezes por ano, bem cedo pela manhã, Gabriel o esperava ansioso na caixa d'água, com uma bandeira nas mãos, para responder à passagem desse herói das Malvinas.
Em 1984, Gabriel viajou para San Luis (província argentina) para marcar um encontro com Pablo, para o qual decidiu levar consigo as economias que guardava desde 1982 para entregá-las à família do capitão García Cuerva. Mas Carballo o surpreendeu ao sugerir que destinasse esse dinheiro para cobrir as despesas que o obrigariam a escrever cartas às famílias de todos os mortos, expressando sua gratidão e acompanhamento.
Em 1984, Gabriel viajou para San Luis (província argentina) para marcar um encontro com Pablo, para o qual decidiu levar consigo as economias que guardava desde 1982 para entregá-las à família do capitão García Cuerva. Mas Carballo o surpreendeu ao sugerir que destinasse esse dinheiro para cobrir as despesas que o obrigariam a escrever cartas às famílias de todos os mortos, expressando sua gratidão e acompanhamento.
Durante longos meses, um pouco da história da guerra foi reconstruída em cada carta que voltava, parágrafos de tinta que recuperavam fragmentos perdidos, experiências em primeira pessoa que o capítulo das Malvinas havia traçado em centenas de famílias. Mas quase como um futuro inevitável, aquele vínculo sem rosto que começava a ser tecido, exigiu um encontro face a face entre aqueles que partilhavam a procura do merecido reconhecimento de cada ex-combatente e das suas famílias. Foi lá que, em 1993, um almoço reuniu Gabriel e muitas das famílias com quem vinha escrevendo há tantos meses.
Nesse encontro, Gabriel disse a todos sua intenção de que essas histórias de vida fossem preservadas em um lugar físico que simbolizasse tudo o que a guerra representou para cada um dos que dela participaram. A partir daí, passou a receber documentação, pertences pessoais, fotografias e diversos objetos que deram origem ao Museu Nacional das Malvinas, que hoje classifica a cidade de Oliva e que dá forma à memória coletiva.
Nesse encontro, Gabriel disse a todos sua intenção de que essas histórias de vida fossem preservadas em um lugar físico que simbolizasse tudo o que a guerra representou para cada um dos que dela participaram. A partir daí, passou a receber documentação, pertences pessoais, fotografias e diversos objetos que deram origem ao Museu Nacional das Malvinas, que hoje classifica a cidade de Oliva e que dá forma à memória coletiva.
Nossa coleção
Uniformes completos e farrapos. Cartas póstumas e outras que escondem histórias com finais felizes. Rabiscos que as crianças de Córdoba enviaram a milhares de quilômetros para estar perto de seu pai. Aviões veteranos de guerra imponentes. Equipamentos de comunicação. Itens de sobrevivência. Restos de aviões e navios, argentinos e ingleses. Bombas, fotografias, jornais da época. Mapas e selos. Decorações, munições e bandeiras. Confissões e poemas. Alegrias e tristezas
O Museu Nacional das Malvinas pode ser visitado todos os dias. Não possui portas ou grades que separam os visitantes das peças expostas. A sala principal, dentro da proa do Belgrano, fica aberta aos finais de semana e pode ser visitada acompanhada de Gabriel ou outros membros da Fundação